22 de fevereiro de 2012

A importância do fluxo de caixa nas MPEs- Parte I



 

Gosto muito de comparar uma pessoa a uma empresa, afinal o que muda mesmo é apenas a nomenclatura “CPF” e “CNPJ”. Pessoas têm sonhos, desejos, ganhos, perdas, planos e escolhas, que sempre tem o intuído de alcançar o desenvolvimento pessoal e profissional. Não podemos negar uma coisa: tudo gira em torno do dinheiro. Você tem um sonho? Quanto é que ele vale? Quer satisfazer um desejo seu? Hum.. que tal sair para comer o seu prato preferido! Mas você sabe quanto irá custar?
Tudo gatos precisar ser suprido por um ganho, que na maioria das pessoas é o salário.
Percebe-se uma coisa nesta dinâmica entre receber um salário e realizar seus desejos. É a entrada e a saída do dinheiro, ou seja, cria-se um fluxo do dinheiro na qual chamamos de "fluxo de caixa". Encontramos aqui a real necessidade da análise desse fluxo que é a de responder a perguntas como: estou gastando muito? Estou gastando com coisas supérfluas? Até quanto eu posso gastar? Terei dinheiro para quitar minhas dividas?
Essa dinâmica também acontece com as empresas. O autor Dolabella (2002, p. 237), conceitua fluxo de caixa como “(...) um acompanhamento das entradas e saídas de recursos financeiros no caixa da empresa.”.
O fluxo de caixa é muito importante para as empresas e empresários, pois é um dos métodos de se avaliar um negócio, principalmente para as Micro e Pequenas Empresas que carecem desses recursos.
Empresas possuem gastos e ganhos, entradas e saídas de dinheiro; e o fluxo de caixa serve justamente para registrar esse histórico. Porque isso é importante? é importante, pois com ele é que se faz a elaboração de um planejamento financeiro.
Este planejamento está fortemente ligado ao que chamamos de orçamento de caixa. Segundo Gilmant (1997, p. 590), o “orçamento, ou projeção de caixa, é um demonstrativo dos fluxos de entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa (...)”, ou seja, avalia se o negócio está gerando lucro ou prejuízo. Um ponto importante neste trecho é a palavra “projetar” que em outras palavras é “a previsão do que irá entrar ou sair do caixa”.
Tudo bem, tudo bem... mas o que isso representa para os empresários e as empresas? Significa que tendo uma projeção das entradas e saídas há uma chance enorme de verificar prováveis problemas ou se antecipar antes que eles ocorram. Em alguns casos, não é possível evitar a má situação, mas com certeza pode-se minimizar os impactos sobre as finanças das empresas.
Até aqui, de certa forma, só falamos em evitar problemas, isso é bom! mas agora vem o melhor; programar-se para o crescimento da empresa. Como já verificamos anteriormente, a fluxo de caixa serve para prever prováveis situações financeiras; e os lucros também se enquadram neste contexto. A lógica é: quanto mais se vende, mais entrada de dinheiro em caixa teremos. Consequentemente, para se ter lucro, é preciso uma boa manutenção dos gastos, ou seja, a saída do dinheiro.
Um dos principais indicadores de que uma empresa não está indo bem é ter um fluxo de caixa negativo, e isso leva sem sombra de dúvidas a sua falência e exalta a gestão do fluxo de caixa, servindo como monitoramento da saúde das organizações.
Certo dia eu ouvi uma frase bastante interessante que se pararmos para pensar ela faz bastante sentido: “só se constrói patrimônio poupando”. Se você quer crescer e se desenvolver economicamente não tenha dúvida. Comece a poupar! E de que forma as empresas poupam? De várias formas, claro. Mas destaco apena uma: investir o lucro da empresa na própria empresa.
O que percebemos e que muitos empresários retêm o lucro para eles. Não estou aqui julgando se é certo ou errado, o fato é que as empresas, principalmente aquelas que iniciaram suas operações, carecem desse lucro para se desenvolverem.
Onde o fluxo de caixa entra nesta historia? Planejando para que se tenha fluxos positivos ao longo dos meses e anos, dando continuidade a empresa e usando este “lucro” como fonte de financiamento para compra de mercadorias, de materiais para aumentar a produção, desenvolvimento de pessoal (isso muito importante) e até mesmo poupar para dias difíceis, como baixas nas vendas, crises e etc.
Um exemplo bastante simples para entender a importância do fluxo de caixa para as empresas é compara-lo a um “plano de voo” de um avião. A rota e o destino já estão traçados, bastando apenas evitar desastres. É ele que indica quais decisões precisam ser tomadas caso haja alguma turbulência na viagem.

O meu intuito neste estudo é levar a conscientização e a importância do fluxo de caixa para empresas e empresários como ferramenta de gestão. Em alguns casos usa-se erroneamente apenas para "empilhar" números sobre números, somado, subtraindo, usando todas as operações básicas da matemática ou simplesmente lendo dados ao invés de informações, estas, tão importantes quanto as vendas necessárias para a continuidade da empresa. 


No próximo post eu irei detalhar como implantar um fluxo de caixa.

Até a próxima!

Abraços.

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